Apesar da boa imagem, orgulho na região e presença de visitantes, a chancela da UNESCO não é percecionada de igual forma pelos residentes do Douro. Estas e outras questões serão debatidas a 29 de maio, em Vila Real, num dia dedicado à Ciência, Vinho & Território que pretende reunir e ouvir agentes, nacionais e internacionais, e a nova geração de enólogos da região demarcada do Douro.
Passados 14 anos sobre a classificação do Alto Douro Vinhateiro (ADV) pela UNESCO, um estudo da UTAD revela dados sobre a perceção dos residentes quanto ao impacto da chancela neste património mundial da humanidade.
No âmbito do Projeto “Estratégias de Valorização Económica do Alto Douro Vinhateiro, coordenado por João Rebelo, docente e investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) com a colaboração das investigadoras Lina Lourenço Gomes e Cristina Ribeiro, foi aplicado um inquérito a 250 residentes no ADV para avaliar os efeitos da chancela da UNESCO nos domínios da vitivinicultura, comércio e turismo.
Os resultados mostram que o turismo é a “atividade mais otimista e com impacto mais saliente” no que concerne ao retorno económico. Os comerciantes revelam uma perceção “mais moderada, pois a maioria atesta não sentir qualquer efeito” neste indicador. Já no caso dos vitivinicultores, o impacto da chancela UNESCO não tem sido sentido de forma homogénea.
“Apesar de quase metade dos inquiridos aferir um efeito maior ou muito maior no retorno económico, há uma faixa que expressa o efeito reverso, não tendo ainda conseguido internalizar potenciais oportunidades e benefícios”, sustenta a investigadora da UTAD Lina Lourenço Gomes.
Apesar da boa imagem, orgulho na Região e a presença de novos visitantes, os resultados indicam que os inquiridos revelam também preocupações com a sazonalidade e o aumento do custo de vida