O workshop para apresentação e discussão dos primeiros indicadores desde estudo, desenvolvido pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), decorreu na “Tasquinha do Fumo”, um típico espaço de restauração na Serra da Aboboreira cuja reabilitação contou com apoio de fundos comunitários geridos pela Dolmen.
Este estudo, o mais abrangente de três estudos que a Dolmen está a desenvolver em simultâneo para dinamizar as aldeias de montanha e as margens do rio Douro, incide sobre todo o território da Serra da Aboboreira, abrangendo parcelas dos municípios de Baião, Marco de Canaveses e Amarante.
“Pretendemos tornar o território mais atrativo, mais dinâmico e com estas acções criar condições para gerar mais riqueza e postos de trabalho”, explicou Telmo Pinto, presidente da Dolmen, acrescentando:
“Hoje tivemos um momento de definição de alguns vetores estratégicos de como numa serra se pode valorizar esta paisagem, os valores culturais, históricos, patrimoniais e também os valores económicos”.
Na sessão estiveram presentes alguns dos parceiros da cooperativa, nomeadamente representantes das câmaras de Amarante, Baião e Marco de Canaveses.
Os painéis contaram com a apresentação de José Carlos Fernandes, consultor de planeamento estratégico, planeamento territorial, gestão urbanística e mobilidade, que falou aos presentes sobre a reabilitação dos edifícios e do espaço público.
Alexandre Guedes, técnico superior da Entidade de Turismo do Porto e Norte de Portugal, abordou as oportunidades de desenvolvimento turístico em territórios de montanha e apontou exemplos de sucesso no país.
Finalizou o quadro de apresentações Luís Ramos, da UTAD, que desafiou os presentes a fazer uma reflexão sobre as potencialidades turísticas da serra, apontando o trabalho em cooperação como “fundamental” para o desenvolvimento dos territórios.
“Os projetos se não tiverem uma sinergia, uma articulação, não criam a dinâmica de desenvolvimento que este território precisa”, realçou Luís Ramos, defendendo uma estratégia de desenvolvimento assente num trabalho de cooperação muito maior entre os diferentes agentes económicos.
Para Luís Ramos, a melhor forma de ajudar a fixar a população na serra, nomeadamente as pessoas que ainda residem nas típicas aldeias de montanha, e dessa maneira evitar a desertificação, será através da "criação de riqueza geradora de emprego".
Esse objetivo, acentuou, passa pela exploração sustentada dos recursos ligados aos valores ambientais, à gastronomia, artesanato, pecuária e turismo rural, entre outros, na base de “parcerias entre os diferentes atores”.
O coordenador do estudo sobre a Aboboreira, Luís Ramos, comentando a possível classificação do território como área protegida, defendeu que será crucial para preservar a riqueza ambiental, contendo ações que comprometam o equilíbrio da serra.
Para o docente da UTAD, a Aboboreira só tem potencial se forem acautelados os recursos mais importantes, sobretudo as características ambientais, mas também o património cultural e social ligado às gentes que habitam o território.