Este conceito será transversal e aglutinador nas diferentes épocas que serão recriadas no evento: a romanização, o medieval e o século XIX.
A dicotomia entre o litoral e o interior, a capital e a província, a dependência do consumo e a vida simples do campo que será evidenciada na Recriação Histórica tem a sua fonte de inspiração no escritor Eça de Queiroz que nasceu em 1845 e foi o autor de “A Cidade e as Serras”, uma obra atual e intemporal. Eça, melhor do que ninguém soube inspirar-se na sociedade que o rodeava e no género humano, para descrever e escrever, sobre relações de conflito e desarmonia, que ao longo da história sempre existiram.
Em cada época, uma efeméride servirá de “eixo” a todas as ações. Na Romanização será a chegada dos Soldados do Império Romano ao território; na Idade Média o destaque vai para a chegada dos Inquiridores a Baião e a inauguração do Telégrafo em Baião será a cerimónia solene de encerramento da Recriação Histórica de Baião.
Dar a conhecer a identidade do território e a sua história, é a grande prioridade do município de Baião, através da realização deste evento, onde o público poderá contactar de perto com personagens históricas e literárias, adquirir o artesanato, saborear a melhor gastronomia local.
Para este confronto cultural, ao longo de diferentes épocas, a Câmara Municipal de Baião conta com o envolvimento das associações, cidadãos baionenses, escolas e juntas de freguesia, esperando-se mais de três centenas de participantes para este ano.
A animação está garantida com a música, teatro, falcoaria, tasquinhas, bailias e folias, pelos três espaços: o Romano, o Medieval e o século XIX. No dia 20 junho esta animação será das 10h00 às 24h00, na Vila de Baião e a 21 de junho das 10h00 às 19h00, hora do encerramento com o cortejo que envolverá a comunidade local.
Os Bastidores
Os preparativos para a terceira recriação histórica de Baião começaram há meses, tarefas em que participam centenas de residentes e colaboradores da autarquia, ocupados na preparação de trajes, cenários e representações. Costureiras, carpinteiros e pintores são as profissões mais procuradas para a preparação do evento.
A Câmara Municipal de Baião conta já com mais de 1 200 peças no seu espólio de vestuário destinado à Recriação Histórica, peças confecionadas por especialistas de Baião.
A direção artística está a cargo da empresa Panmixia, liderada por José Carretas, que se propôs elaborar um guião e dramaturgia onde é realçada a dicotomia entre a cidade e as serras, entre o progresso e a tradição. Coube ainda à Panmixia a realização de ações de formação nas áreas de teatro em grupo; expressão corporal e oral; improvisação; interpretação e ações de aquecimento, relaxamento e respiração.