JP – Como surgiu a ideia de formarem “Os Azeitonas”?
Miguel Araújo – Do chão como todas as coisas da natureza… brotou do chão.
Salsa – Não há grande história… É como todas as bandas, um grupo de amigos que se juntou para tocar e pronto, foi assim! É exatamente isso.
JP – Foi muito por Rui Veloso que editaram o primeiro disco. Como é essa relação com ele?
Salsa – Essa foi a razão pela qual a coisa começou a ser séria. A banda já existia há dois, três anos mas nunca nos levamos a sério e íamos tocando porque era divertido tocar e íamos fazendo músicas porque era divertido fazê-las. Nunca nos passou pela cabeça fazer disto uma carreira ou estar aqui a dar esta entrevista nem andar a fazer coliseus mas por causa de um convite do Rui Veloso para uma maquete, fomos lá gravar um CD e de repente estávamos a passar nas rádios portuguesas e a ter convites mais sérios.
JP – Como viram a nomeação para os Best Portuguese Act nos Europe Musica Awards em 2012? Foi uma surpresa?
Miguel Aráujo – Não vimos assim muito porque não é assim aquele prémio que uma pessoa ligue muito. Nós vimos com mais satisfação quando fomos nomeados para um Globo de Ouro. Esses prémios da MTV não é assim uma coisa de grande relevância.
Salsa – Eu acho que tem a ver com o sucesso, não é? Passamos muito na rádio, acabamos por ser nomeados, uma consequência óbvia, de qualquer maneira foi simpático.
Luísa – E hoje em dia a MTV nem sequer passa música, só dá realty-shows, não percebo muito bem o que é que se passa lá. Nós não aparecemos pelo menos, mas fomos nomeados para o prémio.
JP – Com 13 anos de carreira, têm algum momento que consideram o ponto alto da banda?
Marlon – O mais alto foi Manteigas no Carnaval, a 2000 metros de altitude. Estava a nevar e foi difícil carregar o material.
JP – Como é que vêem a vossa posição atual na música portuguesa?
Miguel Araújo – Do lado de cá do palco… Vemos as pessoas à frente!
Salsa – Andamos assim atrás dos Xutos… E vamos ultrapassá-los! [Vão ter mais de 35 anos de carreira?] Miguel A. – Vamos, no mínimo 35!
Luísa – Se vivermos até lá…
Marlon – Vamos ter 36 anos!
Salsa – Eu não tenho andado a fazer por isso, confesso.
JP – Quando é que aconteceu a vossa explosão mediática?
Miguel Araújo – Foi quando saiu a primeira crítica ao nosso primeiro disco na Blitz, duas estrelas em dez… (risos) A partir daí resolvemos nunca mais parar!
Luísa – Foram quatro, foram quatro estrelas...
Salsa – Foram duas, nós emolduramos isso!
Miguel A. – Pronto, foram quatro… Quatro estrelas em dez.
Marlon – Sendo que nós somos quatro, uma estrela para cada um foi ótimo.
Miguel A. – Foi a nossa primeira explosão mediática…
Marlon – Foi espetacular a minha cara aparecer no jornal em ponto grande.
Luísa – E dizia que nós eramos uma banda que soava melhor ao vivo!
Salsa – Sim, na verdade foi um elogio… foram muito simpáticos até.
JP – Consideram “Anda Comigo ver os Aviões” a música que vos deu a conhecer ao público português?
Marlon – Não. A música que nos deu a conhecer ao público português foi uma música chamada “Sinto-te em mim”.
Salsa – Era pouco público, mas eram portugueses…
Marlon – Agora ao grande público talvez a música “Sinto-te em mim” (risos).
Miguel A. – Eram portugueses e eram grandes na altura.
Marlon – Eram tipo 16 pessoas na altura, era uma equipa de basket!
JP – Muitas das vossas músicas têm referências ao Norte, principalmente à cidade do Porto? Têm alguma explicação para isso?
Luísa – Somos todos de lá!
Marlon – A nossa vida é lá por isso é normal que uma pessoa fale de lá.
Salsa – Mas também fazemos muitas referências a Lisboa e a Hollywood.
Miguel A. – Temos muitas referências à América… à América do Norte, lá está… [Mas por algum motivo o Norte?] É como diz o Rui Reininho: “A bússola aponta ao Norte!”.
JP – Os concertos ao vivo, perto do público são muito importantes para uma banda?
Miguel A. – É onde está o dinheiro! (risos).
JP – Sentem diferenças entre concertos no interior do país e no litoral? O público é diferente? Porquê?
Miguel A. – No litoral é mais frio, é muito mais perto do mar… no interior temos de vir mais agasalhados…
Salsa – O interior tem mais curvas também… Gasta mais pneu também…
JP – Sentem-se uma banda com músicas só para os jovens ou pra todas as idades? Qual é as reações que têm do público relativamente aos vossos concertos e às vossas músicas?
Luísa – A última parte.
Marlon – Temos aquele clássico dos 8 aos 80.
Miguel A. – Temos doces velhinhas a ver os nossos concertos, às vezes.
JP – Sei que já estiveram algumas vezes em Cinfães e que gostam de cá vir, o que está demonstrado numa das guitarras do Miguel Araújo, que tem um autocolante da Feira do Vinho de Cinfães. O que acham desta vila e destas gentes?
Miguel A. – É uma maravilha!
Luísa – Celso voltaaaaaa!!!
Salsa – O restaurante do Celso foi o primeiro onde calhámos…
Marlon – Comemos um arroz que estava maravilhoso e a partir daí consideramos o Celso o embaixador de Cinfães.
JP – Como vai ser a tourné deste ano? Têm muitos concertos agendados? O que pode esperar o público?
Miguel A. - "Exactamente a mesma coisa que foi hoje... o setlist é todo igual... tudo igual!
Salsa - Esperamos que as pessoas não repitam concertos! Por acaso não é verdade...
JP – Muito obrigado!
Luísa – Obrigada nós!