O concurso foi lançado no âmbito do quadro da estratégia regional distintiva de desenvolvimento turístico materializada pela Rota do Românico, sendo que esta intervenção integra o "Mapeamento dos Investimentos em Infraestruturas Culturais (Nov. 2015)", nas redes do "Românico do Norte de Portugal" e do "Património Religioso".
Com esta obra, que tem como valor base 193.367,83 euros, o Município de Resende pretende valorizar a envolvente de um dos mais mais significativos bens patrimoniais da arquitetura românica portuguesa, promovendo a sua vocação cultural e turística.
O projeto prevê, ainda, o investimento de 103 563.23 euros, na criação de um Centro de Informação da Rota do Românico – Mosteiro de Santa Maria de Cárquere, situado num espaço na residência paroquial, que disponibilizará informação turística aos visitantes e a venda de alguns produtos endógenos e na implementação de um sistema de apoio ao visitante/turista denominado “Rota do Românico Beacons”, que permitirá o acesso a informação de interesse, por meio de tecnologia bluetooth.
A empreitada inclui intervenções ao nível da salvaguarda do impacte ambiental e paisagístico; valorização dos elementos naturais construídos; reforço da componente recreativa e lúdica do espaço; recuperação dos percursos e acessos existentes; arranjo, limpeza e plantação das encostas; implementação de sinalética e mobiliário urbano (mesas e bancos); instalação de equipamentos (coretos); e recuperação e reorganização das infraestruturas existentes (WC).
O Mosteiro de Santa Maria de Cárquere foi classificado como Monumento Nacional desde 16 de junho de 1910. A área de intervenção “Parque do Carvalhal” estende-se desde o mosteiro até à sua zona mais elevada (lugar do Medorro), onde sobressai o Nicho da Senhora da Piedade, datado de 1641. Trata-se de um local religioso, onde todos os anos se realiza uma grandiosa peregrinação, no quarto domingo de maio.
Esta peregrinação recua até à Alta Idade Média, pois já nesses tempos, a igreja de Nossa Senhora de Cárquere era um dos principais lugares da diocese de Lamego, visitados pelas procissões das freguesia distantes, com os seus “clamores”. Atualmente, a festa continua a realizar-se no dia da tradição (Quarto Domingo de Maio) de cada ano, onde todas as freguesias do concelho continuam a participar com as suas cruzes, os seus estandartes e o seu povo devoto.