Segundo a dirigente, em Setembro do ano passado, Portugal "tinha uma previsão de quebra na ordem dos 20% relativamente a 2015", mas dados atuais apontam que esta se situe entre os 35% e os 40%. Na região da Beira Távora, que integra o concelho de Moimenta da Beira, a diminuição foi de 40% a 50%.
Os principais fatores que contribuíram para a quebra "foram as condições climatéricas durante o período de dormência vegetativa das macieiras e pereiras, com Inverno ameno a não ajudar ao aparecimento de flores, e, na fase da floração, com chuvas intensas e temperaturas a não ajudar ao desenvolvimento dos frutos”.
De acordo com as últimas previsões agrícolas do Instituto Nacional de Estatística (INE), publicadas em Novembro passado, a estimativa era colher 226 mil toneladas de maçãs em Portugal, o que a confirmar-se representaria uma quebra de 30% face às 323 mil toneladas obtidas um ano antes (2015).
Na União Europeia, a produção decresceu 3% em 2016 face ao ano anterior. "Os principais países produtores tiveram um decréscimo de produção como, por exemplo, a França, com menos 7%", explicou a técnica do COTHN. No entanto, houve países, como a Polónia, com "um aumento de 4% relativamente à campanha passada e de 14% relativamente às últimas três campanhas", acrescentou.
No que respeita aos mercados considerados mais importantes em termos mundiais, Maria do Carmo Martins referiu, por exemplo, que "a produção da China deve subir novamente cerca 900 mil toneladas, para as 43,5 milhões de toneladas”.
Maria do Carmo Martins aproveitou para sensibilizar os produtores para um estudo de investigadores do “Freshness Lab” do Instituto Superior de Agronomia que concluiu que "uma nova classificação da maçã com base na sua riqueza em compostos bioativos benéficos para a saúde pode ser uma boa alternativa", visto que esta é cada vez mais uma preocupação dos consumidores.