De acordo com o 'European Payment Report 2016', estudo realizado pela Intrum Justitia e que reúne dados de milhares de empresas na Europa, entre as empresas portuguesas que afirmam ter conhecimento daquela diretiva europeia, 42% confirmam nunca a terem aplicado, optando assim por não exercer o direito de cobrarem, no mínimo, 40 Euros por factura mais juros em caso de atraso de pagamento em transações entre empresas (B2B) e setor público.
"Esta diretiva europeia foi transposta para a legislação nacional em 2013 [DL 62/2013], mas é ainda muito reduzido - apenas 5% -, o número de empresas que, tendo conhecimento dos direitos que a mesma confere, indicam que a aplicam sempre. Acreditamos que uma das razões que explica este fenómeno pode ser o receio das empresas em ferir relações comerciais ao exercerem os seus direitos", refere Luís Salvaterra, diretor-geral da Intrum Justitia.
O mesmo estudo refere ainda que 75% das empresas portuguesas não notou qualquer impacto resultante da implementação da Diretiva Europeia dos Atrasos de Pagamento, enquanto que apenas 7% reconhece que a medida contribuiu ativamente para uma redução dos atrasos.
Instadas a pronunciarem-se sobre se seria benéfico para os seus negócios que a regulação da União Europeia contra os atrasos de pagamento se aplicasse também aos consumidores finais, apenas 11% das empresas nacionais respondeu afirmativamente, ao passo que 42% indicou não vislumbrar vantagens na implementação de tal medida.
Com o intuito de debater e aprofundar estas e outras conclusões afetas à importância da fluidez dos pagamentos para a criação de um clima económico saudável, a Intrum Justitia participa, na próxima 2ª feira, dia 20 de fevereiro (18h30), na conferência intitulada "Empresas Saudáveis - Como inspirar Pessoas e Organizações", organizada pelo Instituto Politécnico do Porto.
Fundada em 1923, na Suécia, a Intrum Justitia é hoje a maior consultora europeia de serviços de gestão de crédito e cobranças, contando com 3850 colaboradores, distribuídos por 20 países.