A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) vai outorgar o grau doutor Honoris causa a Miguel Cadilhe, no próximo dia 24 de março, pela ideia e dinamização da candidatura do Alto Douro Vinhateiro como Património Mundial. Com particulares responsabilidades no processo de candidatura, a UTAD pretende nesta sessão evocativa dar relevo a toda a dinâmica económica e cultural que tem vindo a ser gerada na região.
Através da outorga do grau de doutor Honoris causa, a UTAD tem vindo a prestar homenagem a diversas personalidades que tiveram se destacaram neste processo, casos de Valente de Oliveira pelo papel no PDRITM e na navegabilidade do Douro, de Luís Braga da Cruz pela forma equilibrada como compatibilizou o desenvolvimento económico, social e patrimonial e ainda de João Nicolau de Almeida e Francisco Olazabal, enquanto enólogos e empreendedores que, através de uma atitude visionária de valorização das castas autóctones e do território, vincaram a personalidade dos vinhos do Douro que se têm vindo a impor nos palcos mais destacados, atitude também muito inspiradora de uma nova geração de talentos do Douro.
Reconhecendo a dimensão humana do trabalho hercúleo de um povo que ao longo dos séculos enfrentou a natureza venceu adversidades, e “construiu” um território de uma beleza ímpar enquanto “paisagem evolutiva e viva”, a UTAD quer continuar a honrar o esforço e o saber acumulados dos que têm tido um papel relevante nesta dinâmica.
Ao longo da sua história, a UTAD tem tido um papel crucial no acompanhamento do desenvolvimento da região, deixando a sua marca em diversos projetos e estudos socioeconómicos que vêm definindo o percurso do território. No entanto, o Douro enquanto laboratório de desenvolvimento sustentável exige dinâmicas inteligentes e produtivas, sendo determinante colocar a criatividade e o bem-estar no centro da renovação do espaço rural, respeitando sempre os princípios de proteção do património.
Uma instituição virada para a região deve celebrar as pessoas e o seu percurso, promover o reconhecimento público e o mérito de todos os que marcaram a sua história, como é o caso de Miguel Cadilhe. Desta forma, fortalece o compromisso da instituição para com quem teve um papel relevante na região do Douro, que é uma das suas grandes bandeiras.
Nota Biográfica
Miguel José Ribeiro Cadilhe nasceu em Barcelos e estudou na Faculdade de Economia do Porto, onde também desempenhou atividade docente. Em 1973 ingressou no Banco Português do Atlântico como consultor financeiro, onde viria a dirigir o gabinete de estudos económicos. Exerceu diversos cargos governativos, enquanto secretário de Estado do Planeamento do VI Governo Constitucional (1980) e ministro das Finanças (1985). Como presidente da Fundação Rei Afonso Henriques lançou a candidatura do Alto Douro Vinhateiro a Património da Humanidade. Teve diversas distinções, casos da Grã-Cruz da Ordem de Mérito de Portugal e da Grã-Cruz da Ordem do Cruzeiro do Sul do Brasil. Atualmente colabora com entidades ligadas à cultura, desempenha funções de consultoria financeira e é presidente do Conselho de Curadores da Universidade do Porto.