É por isso que Moimenta da Beira, terra de escritores e de escritas, onde ainda se sente a alma sefardita (termo usado para referir aos descendentes de judeus originários de Portugal e Espanha) num sopro de vento, longo e persistente, com memórias de inquisições, tormentos e de paz, passou a integrar a Rede de Judiarias de Portugal, associação que já congrega outros 36 municípios de norte a sul de Portugal. São eles: Alenquer; Almeida; Belmonte; Bragança; Castelo Branco; Cascais; Castelo de Vide; Covilhã; Elvas; Évora; Figueira de Castelo Rodrigo; Fornos de Algodres; Freixo de Espada à Cinta; Fundão; Gouveia; Guarda; Idanha-a-Nova; Lamego; Leiria; Lisboa; Manteigas; Mêda; Penamacor; Penedono; Pinhel; Porto; Reguengos de Monsaraz; S. João da Pesqueira; Sabugal; Seia, Tomar; Torre de Moncorvo; Torres Vedras; Trancoso, Vila Nova de Foz Côa e Vila Nova de Paiva.
No site oficial da Rede de Judiarias de Portugal - Rotas de Sefarad, é referido que a Rede “é uma associação com carácter público mas de direito privado e que tem por fim uma atuação conjunta, na defesa do património urbanístico, arquitetónico, ambiental, histórico e cultural, relacionado com a herança judaica. Assim, a Rede de Judiarias de Portugal, fundada em 17 de Março de 2011, pretende conjugar a valorização histórica e patrimonial com a promoção turística, ação que ajudará igualmente a descobrir uma forte componente da identidade portuguesa e peninsular”, uma estratégia que pode potencializar muito o concelho de Moimenta da Beira em variadíssimas áreas do turismo cultural e patrimonial.
O contributo dos judeus portugueses para a história do mundo foi enorme; desde a ciência náutica que há mais de 500 anos deu ao país um avanço decisivo para o início da globalização, à evolução da economia mundial e da medicina, muitos foram os sectores em que o papel dos sefarditas nacionais se tornou preponderante.