Para este estudo foram identificados 112 alunos desistentes no ano letivo 2015_2016, em que 72 aceitaram ser entrevistados sobre as razões que levaram ao abandono. O estudo apurou que 68% destes alunos, frequentavam o primeiro ano de licenciatura ou de mestrado integrado e os restantes 32% frequentavam os 2º, 3º e 4º anos.
“Os estudantes apontaram como motivos para a desistência razões de ordem económica e necessidade de encontrar um emprego. Já os estudantes que não se encontravam a trabalhar nem a estudar, referiram como principais motivos para a saída da universidade razões de ordem vocacional. Contudo, é importante referir que existe uma elevada percentagem de estudantes que tem intenção de regressar ao ensino superior, estando a UTAD nas suas opções de reingresso”, esclarece a pró-reitora, Ana Paula Silva.
Este estudo permitiu corroborar a ideia de que o 1º ano é um período problemático no percurso dos estudantes, tal como havia sido já demonstrado pelo estudo exploratório “Abandono Escolar na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro”, realizado para o ano letivo de 2013_2014, onde cerca de 81% dos estudantes que abandonaram a universidade naquele ano também frequentavam o 1º ano do 1º ciclo ou mestrado integrado.
A monitorização do aproveitamento escolar dos estudantes, principalmente ao nível do 1º ano, apresenta-se como um importante fator de sinalização de estudantes em risco de abandono, permitindo uma intervenção em tempo de útil que poderá impedir uma saída precoce do ensino superior.
“O abandono escolar e o insucesso escolar são hoje fenómenos bem presentes no contexto do ensino superior. O perfil estudante é cada vez mais heterogéneo a nível social, económico e cultural, o que traz alguns entraves na familiarização do estudante com a cultura vigente no ensino superior. As dificuldades começam logo no 1º ano de ingresso e podem colocar em risco o próprio percurso formativo do estudante, daí a importância da monotorização do percurso destes estudantes logo no ingresso para evitar uma saída precoce”, conclui Ana Paula Silva, também responsável pelo OPAPSE.