De quem é a culpa de tudo isto?
- Dos outros! Sempre dos outros!
O que falta em cultura desportiva e coragem política transborda em hipocrisia.
Os governos sucedem-se e em termos de desporto, parece haver receio de legislar e impor regras de boa conduta a todos os intervenientes. Margaret Thatcher perante a inércia da Federação Inglesa de Futebol em relação ao holiganismo, tomou medidas severas que erradicaram esses adeptos dos estádios e hoje o futebol inglês é um exemplo a todos os níveis: desportivos, sociais e económicos. A legislação desportiva tem regras claras e concisas sobre contratos laborais. Desta forma, o rigor e a ética estão presentes no melhor campeonato do mundo. E lá também erram, também se falha… mas no desporto, como na vida, o erro e a falha estão acontecem involuntariamente.
A Federação Portuguesa de Futebol não tem atuado como era desejável na implementação de uma regulação desportiva que puna, quem não sabe estar no desporto. Também, não tem tido uma participação mais assertiva nos campeonatos sobre a sua alçada. Hoje formam-se árbitros com mais qualidade, contudo, estes não se conseguem maturar, porque vivem num clima de guerrilha e “passa culpa”.
Nos clubes, os chamados “3 grandes”, olham só para o próprio umbigo, evidenciando um egoísmo doentio que inquina o ambiente desportivo. Um mero exemplo palpável é a pretensa preocupação pelo facto de Portugal perder um representante na Liga dos Campeões. Este é um problema deles e não do futebol nacional como muitos pretendem fazer passar a mensagem. O futebol português é mais que esses 3 clubes. É o dinheiro para eles gastarem que os preocupa. Todos sabemos a forma como estes mesmos clubes proibiram os seus atletas de representarem a seleção portuguesa de futebol nos Jogos Olímpicos.
Aqui a imagem de Portugal e do futebol português já não interessam!?
Os treinadores vão “fazendo pelo ponto”, o que em bom português significa pela vida. A qualidade existe mas a instabilidade laboral em que vivem leva-os, muita das vezes, a serem “estratégicos do ponto” e afastam cada vez mais público do estádio. O espetáculo não é atrativo e mais tarde acabam por ser vítimas de si próprios. A falta de formação dos dirigentes é uma falácia. O desportivismo, civismo e bom senso não se aprendem em cursos técnicos, muito menos as “habilidades”. Adquirem-se conhecimentos de regulamentações e de gestão.
O futebol é uma atividade económica e um fator de desenvolvimento que as cidades e regiões desprezam, porque se gosta pouco de futebol, de desporto.
O importante é que o «nosso» clube de Lisboa ou Porto ganhe. Pagamos bem caro o despesismo dos mesmos, que as vitórias internas escondem, mas enche-nos o ego.
Enquanto os órgãos de comunicação conseguirem «vender» os Guerras, Pinas, Venturas ou Aguiares deste país, vamos andando entretidos e não se resolve nada.
E. . . somos campeões europeus na atividade mais mediática do Mundo. Como é possível?! Somos os maiores!