A cerimónia de entrega dos prémios realizou-se hoje, 21 de abril, na reitoria da Universidade Nova de Lisboa e contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa e várias personalidades relevantes na área da saúde.
O trabalho ‘Pé Di@bético – soluções para um grande problema’ aborda os resultados obtidos com a implementação de um plano de tratamento multidisciplinar, nomeadamente ao nível do ensino terapêutico, com a criação de várias ferramentas informáticas para o melhorar o tratamento do pé diabético.
Os bons resultados deste projeto, liderado por Maria de Jesus Dantas, são fruto do trabalho de equipa desempenhado por enfermeiros e médicos de várias especialidades, podologista, técnicos de informática, entre outros.
“O Pé Diabético é uma causa que tem cativado, felizmente, a colaboração de muitos profissionais de excelência e aos quais basta o prémio de manter um diabético a caminhar sobre os dois pés durante toda a sua vida”, salienta a responsável pela Consulta Multidisciplinar de Pé Diabético.
Maria de Jesus Dantas afirma que “os resultados de excelência da Consulta Multidisciplinar de Pé Diabético refletem a paixão, a dedicação e resiliência de pessoas que se entregam ao seu trabalho. Não posso deixar de salientar o trabalho da Dra. Sara Serra, Dra. Alexandra Lopes e das Enfermeiras Helena Brandão e Fátima Santos, que constituem o ‘núcleo duro’ da consulta, com uma competência extraordinária na orientação dos doentes”.
“Não era, também, possível, atingir os resultados alcançados sem a preciosa e ágil colaboração do Serviço de Cirurgia Vascular, nas pessoas de Dr. João Almeida Pinto, Dr. João Vasconcelos, Dr. José Carlos Vidoedo e Dr. Miguel Maia e da consulta de Ortopedia do Pé, na pessoa do Dr. Júlio Marinheiro. São, ainda, muito valiosas a colaboração da Consulta da Dor Crónica, da responsabilidade do Dr. César Preto e do Serviço de Cirurgia Plástica, nas pessoas do seu responsável Dr. Eduardo Monteiro e Dra. Maria João Bastos. Muitos outros por lá passaram e deram um contributo fundamental que gostaria de referir um por um”, conclui a cirurgiã.
‘Pé Di@bético – soluções para um grande problema’
Os problemas do pé são uma complicação comum da diabetes, resultando em graves consequências médicas, sociais e económicas para o doente e para a sociedade em geral. São a principal causa de ocupação das camas hospitalares pelos diabéticos, consumindo importantes recursos de saúde e responsáveis por mais de 60% das amputações não traumáticas dos membros inferiores. No nosso país, são amputados cerca de 5 doentes por dia devido à diabetes.
Numa fase inicial, o estudo concentrou-se nos resultados da Consulta de Pé Diabético do CHTS que, desde cedo, chamaram a atenção pelas baixas taxas de amputação major, abaixo da média nacional e do Norte do país, caindo para valores nunca antes alcançados - 0,95 por cada 100 mil habitantes - levando assim a uma reflexão acerca das metodologias adotadas.
De seguida, o fundamental, de acordo com Maria Jesus Dantas, “foi implementar este plano de tratamento do pé diabético nas suas variadas vertentes que resultou da experiência acumulada ao longo de 18 anos num hospital distrital, durante os quais a consulta, que inicialmente dispunha apenas das condições assistenciais básicas, foi expandindo e adquirindo novas valências, até atingir o nível máximo de diferenciação, o nível III”.
“Este modelo foi de implementação simples, sem encargos financeiros relevantes e conduziu a resultados fortemente encorajadores e facilmente replicáveis noutros hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) ”, acrescenta ainda a responsável da Consulta Multidisciplinar do Pé Diabético.
Prémio BIAL
O Prémio Bial é atribuído bianualmente e é considerado um dos maiores na área da saúde na Europa, distinguindo a investigação básica e clínica em medicina.
Criado em 1984, o prémio recebeu 655 obras candidatas de 1.591 médicos e investigadores de 20 países. A Fundação BIAL distinguiu já 266 autores responsáveis pelas 99 obras premiadas. No total, já foram editadas 37 obras, distribuídas gratuitamente pela comunidade médica, num total de mais de 312 mil exemplares, segundo os números da Fundação.
A Fundação foi constituída em 1994 pelos Laboratórios Bial, em conjunto com o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas.