Um responsável da Câmara Municipal disse a um órgão de comunicação social que este acidente ocorreu fora da passadeira, não tendo em conta os avisos para não atravessar fora desses espaços, e que a autarquia estava a estudar medidas de segurança antes da Feira de S. Mateus, em consequência de uma intimação nesse sentido do IMT – Instituto de Mobilidade e dos Transportes, I.P. Recordamos que a Comissão Concelhia de Viseu do BE, solicitara em Setembro de 2016 àquela organismo oficial uma acção inspectiva às condições de funcionamento do funicular, após a nossa denúncia de 4 acidentes durante a Feira de S. Mateus, no que fomos desmentidos pelo gestor da Viseu Marca que admitiu que se verificaram 8 (oito!!!) acidentes, o que, no seu entender, representava um avanço de segurança, uma vez que no ano anterior tinha havido muitos mais.
A desculpa da Câmara não passa de uma falácia, porquanto os peões são obrigados a atravessar a linha fora das passadeira, tanto ao cimo da Calçada de Viriato, no cruzamento com a Rua Silva Gaio, onde não existe qualquer passadeira, como no cruzamento com a Rua de Serpa Pinto, no passeio oposto às lojas dos Móveis Rijo, em frente ao qual ocorreu o acidente, onde também não existe passadeira. Aliás, ali, nem há passadeira (a mais próxima fica bastante distante do cruzamento), nem há passeio, que ficou reduzido ao lancil, obrigando os peões a circular pela estrada. Viseu tem, assim, duas grandes atracções no ANO OFICIAL PARA VISITAR VISEU: O FUNICULAR MAIS PERIGOSO DO MUNDO e O PASSEIO MAIS ESTREITO DO MUNDO!
Logo no dia da inauguração da Feira de S. Mateus, no ano passado, se verificou um acidente na passadeira que atravessa a linha do funicular, com uma jovem a meter o pé na calha do cabo de aço, entre os carris, com a perna a entrar à pressão, desamparada, mas já não a conseguindo retirar, por o joelho não conseguir passar, tendo de ser necessário, recorrer ao material de desencarceramento dos bombeiros.
Para além das vítimas que têm de ser desencarcerados e vão parar aio hospital, têm-se verificado outros acidentes menos graves, alguns envolvendo crianças que caiem mais facilmente por terem o pé pequeno, mas também o conseguem tirar com facilidade uma vez que o joelho não fica preso na calha.
Como é possível que o presidente da Câmara Municipal de Viseu não tenha a coragem de corrigir um dos maiores erros do seu antecessor cuja megalomania o levou a optar pelo funicular, em vez da passadeira rolante apenas na Calçada de Viriato, prevista inicialmente no projecto do arquitecto Manuel Salgado para o programa ViseuPolis?
A decisão anunciada por Almeida Henriques de o funicular só passar a funcionar em certos eventos e para os turistas, não resolve o problema da mobilidade na calçada, não ajuda a retirar carros do CH, mantém custos de manutenção e, o que é mais grave, deixa ficar a armadilha da calha entre os carris, para além da agressão visual e física, dos postes e cabos de aço que transformam a Rua Ponte de Pau num enorme estendal terceiro-mundista, criam insegurança aos peões e infernizam a vida aos comerciantes.
O BE, através do seu deputado municipal, e de comunicados da Comissão Concelhia de Viseu tem vindo a chamar a atenção dos executivos de Fernando Ruas e de Almeida Henriques para os perigos do funicular, mas os nossos alertas têm caído em saco roto. No “ano oficial para visitar Viseu” continua-se a armadilhar o caminho para os turistas e para os visitantes da Feira de S. Mateus?
O BE Viseu já sugeriu ao executivo municipal um estudo custo/benefício para o desmantelamento do funicular (cuja manutenção custa ao município 300 mil euros, todos os anos) e a sua eventual substituição por uma passadeira rolante, coberta ou descoberta, apenas na Calçada de Viriato, conforme projecto inicial do arquitecto Manuel Salgado, que esteve em discussão pública no Programa Viseu Polis.