A praga da “vespa asiática” já dizimou cerca de oitenta por cento da produção da castanha em Itália e Espanha e foi detetada em Portugal, na região do Minho, em 2015.
Esta praga tem alastrado pelo país sem que as medidas necessárias para o seu combate se mostrem eficazes.
Nestes últimos dois anos, vários concelhos de Trás-os-Montes e Alto Douro foram fortemente atacados por esta praga. Mais de trinta autarquias e a REFcast - entidade ligada à investigação na UTAD -, criaram o programa Biovespa, tratamento biológico destinado a combater a vespa asiática com a introdução de parasitóides Tarymus Sinensis, método utilizado em Itália e Espanha e o único que obteve resultados.
Nestes países, o equilíbrio entre praga e parasita foi conseguido ao fim de três a quatro anos.
Os parasitas, importados de Itália, 120 fêmeas e 70 machos, custam cerca de 280 euros.
No concelho de Armamar, nesta primavera, chegou a praga a quase todos os soutos e é mais visível na zona de Monte Raso e noutras onde se situa a maioria dos castanheiros, que são a base de produção da castanha e de sustento para a economia local.
As medidas do Ministério da Agricultura, da Floresta e do Desenvolvimento Rural ou dos organismos dele dependentes, para enfrentar e combater esta praga são de desconhecimento generalizado. Até à presente data, a Câmara de Armamar não aderiu, a qualquer projeto que tenha como objetivo o combate a esta terrível praga.
Assim, em face deste quadro dramático para a preservação da produção de castanha no concelho de Armamar e regiões limítrofes, o Grupo Parlamentar do PCP na Assembleia da República solicitou ao Governo, por intermédio do Ministério da Agricultura, das Florestas e do Desenvolvimento da Rural, que preste os seguintes esclarecimentos:
Conhece o Governo este problema? Que medidas está a tomar ou já tomou para o debelar? Que medidas profiláticas está a tomar para o combate a esta praga nesta região? Considerando o alastramento intensivo da praga, que plano existe para a enfrentar e debelar? Atendendo às fortes quebras na produção e qualidade da castanha para a safra de 2017, prevê o Governo alguma medida de compensação para os produtores?
Em face da gravidade do problema, as organizações locais do PCP na região afectada, vão levar também a questão aos órgãos municipais onde têm representação e, em articulação com as organizações do sector, tudo fazer para que se tomem todas as medidas para estancar esta perigosa ameaça à produção de castanha em vastas regiões do nosso Distrito.