No sábado, dia 1, “abre-se o pano” às 15h30, com a peça de teatro Muita tralha pouca tralha, com direção artística de Catarina Requeijo, em coprodução com a Formiga Atómica Associação Cultural e o Teatro Maria Matos. Se o Festival Confluências – Quintas do Barroco do Tâmega e Sousa já anda em viagem desde maio, o casal Querido está pouco habituado a viajar. No entanto, decide ir ver a sua sobrinha Manela participar numa corrida de automóveis, mas antes da viagem é preciso preparar a bagagem. É aqui que os problemas começam. Levam o quê? Pouca tralha? Muita tralha? Apenas o essencial? Estas decisões difíceis podem complicar o início da viagem. Só o início?... É o que vamos ver.
A partir das 16h00, escutaremos Calcutá, ou seja, Teresa Castro, que viaja entre a folk, a psych, o surf rock, em ambiente quase lynchiano, taciturno e aliciante; o virtuoso guitarrista Marco Luz, de coração aberto para o céu; e Old Jerusalem, que depois de um período de interregno desde 2011, regressou às edições discográficas com A rose is a rose is a rose.
À noite, pelas 21h45, os Dead Combo tomam conta do palco principal. A sua música é indissociável dos espaços (físicos e mitológicos) que a geraram. Sem letras nem palavras, o duo de Tó Trips e Pedro Gonçalves canta o Tejo e Lisboa, Portugal e o Mediterrâneo, uma África idealizada e a vastidão da América, imaginada em Itália nos westerns de Morricone, majestosamente filmada por Wim Wenders e tocada por Ry Cooder.
Para cantarem estes retratos não precisam de uma voz. Precisam apenas de uma guitarra e de um contrabaixo, que, informados por uma certa vivência do rock’n’roll, conjuram anos e anos de música e atravessam continentes, reunindo o fado e os blues na mesma canção. A Bunch of Meninos é o mais recente capítulo de um dos mais belos e singulares corpos de trabalho produzidos em Portugal ao longo da última década.
No domingo, dia 2, o Festival Confluências – Quintas do Barroco do Tâmega e Sousa prossegue, às 15h30, com a atuação das Concertinas do Vale do Bestança, um grupo cinfanense, seguindo-se, às 16h30, um espetáculo de marionetas inspirado numa lenda do concelho de Cinfães – Lendas da nossa terra por Romão, o ancião: lenda do cantador –, pela Limite Zero. Romão, que tem andado em digressão com Festival, é um observador, uma entidade que caminha as terras deste país e observa. Romão é um contador de estórias. E é também um ancião. Desde a mais tenra idade da civilização que ele escuta e observa. Do seu local privilegiado, observa discretamente, à medida que as lendas se desenlaçam e tomam forma. O seu olhar atento nunca deixa escapar o pormenor, o detalhe, o humor... Por todas estas razões, quem melhor que Romão para nos encantar com lendas e contos de tempos passados, estórias que têm tanto de autêntico, como de verdadeiro ou educativo.
Às 17h30, o programa apresenta o seu último espetáculo, fechando com o concerto de comunidade Terceiro Andamento. Resultado de uma criação artística colaborativa entre três coletividades artística do Tâmega e Sousa, em palco estarão o Curso Profissional de Música da Escola Secundária/3 Prof. Dr. Flávio F. Pinto Resende, de Cinfães, o Grupo Coral de Resende e o Grupo de Cavaquinhos “Os Amigos de Vilar”, de Lousada, sob direção artística de Ricardo Baptista e António Serginho e criação e composição de André Nunes e Pedro Santos.
Terceiro Andamento insere-se no projeto artístico Sonatas e Tocatas, que nasce do trabalho conjunto de alguns grupos musicais dos 11 municípios que integram a Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa. Deste trabalho resulta a apresentação de um conjunto de performances inspiradas nos diferentes lugares onde acontecem, cruzando repertórios e abordando-os de forma arrojada e contemporânea. Este é, ainda, um projeto de construção social e cultural, que procura criar pontes dentro deste território e provocar novas perspetivas acerca do património com que interage. Novas criações, concebidas em conjunto, que partem da música e de repertórios locais, mas que convidam o público a um novo olhar e a uma nova audição sobre a sua própria herança cultural.
O Festival Confluências – Quintas do Barroco do Tâmega e Sousa é um convite a uma viagem entre a memória, o tempo histórico e a contemporaneidade, guiada por propostas artísticas de reconhecido valor, que propiciarão experiências únicas e irrepetíveis inspiradas nestes lugares, numa relação de simbiose com o espaço, o tempo e o público. É um convite à deambulação pelos jardins, matas e vinhas ao som artistas de referência nacional e internacional. É um convite para descobrir lendas, crenças e imaginários e, em família, construir novas memórias. É um convite para conhecer as comunidades e coletividades culturais do Tâmega e Sousa, amplamente envolvidas e comprometidas na construção do programa artístico do Festival, e beber dos seus saberes e tradições.
Até 23 julho, durante os fins de semana, percorrendo casas, solares e quintas de estilo barroco dos municípios do Tâmega e Sousa, o Festival propõe concertos, espetáculos para famílias e novas criações artísticas, envolvendo artistas de referência nacional e internacional da música contemporânea e coletividades culturais do Tâmega e Sousa.
O Festival Confluências – Quintas do Barroco do Tâmega e Sousa é promovido pela Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, em articulação com os municípios que a integram, e em parceria com a Direção Regional de Cultura do Norte e com a Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal. Esta iniciativa é um projeto cofinanciado pelo Norte 2020, Portugal 2020 e União Europeia, através do FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.
Programa do Festival Confluências – Quintas do Barroco do Tâmega e Sousa
A Casa da Soenga, em Resende, recebe o Festival no fim de semana de 8 e 9 de julho. O programa inclui, no dia 8, a peça de teatro para famílias Mariela, pela companhia Nuvem Voadora (15h360), um ciclo de concertos com Ana, Homem em Catarse e Gobi Bear (16h00) e um concerto dos Birds Are Indie (21h45) e, no dia 9, uma atuação do Grupo de Bombos “BomMouros” (15h30), o espetáculo de marionetas Lendas da nossa terra por Romão, o ancião: lenda do sardão de Cárquere, pela Limite Zero (16h30), e o concerto de comunidade Terceiro Andamento (17h30).
No penúltimo fim de semana, a 15 e 16 de julho, o Festival visita o Solar dos Brandões (Museu Arqueológico da Citânia de Sanfins), em Paços de Ferreira. O programa inclui, no dia 15, a peça de teatro para famílias Mito móvel, por Vera Alvelos (15h00), um ciclo de concertos com Villa Nazca, The Partisan Seed e Coelho Radioactivo (16h00) e um concerto de Noiserv (21h45) e, no dia 16, uma atuação das Castanholas de Freamunde – Pedaços de Nós (15h30), o espetáculo de marionetas Lendas da nossa terra por Romão, o ancião: lenda dos três sapinhos, pela Limite Zero (16h30), e o concerto de comunidade Quarto Andamento (17h30).
O Festival encerra o seu périplo no Solar da Fisga, em Castelo de Paiva, no fim de semana de 22 e 23 de julho. O programa inclui, no dia 22, a peça de teatro para famílias A Odisseia, por Jorge Loureiro e Leonor Barata (15h00), um ciclo de concertos com Lourenço Crespo, Grutera e Minta & The Brook Trout (16h00) e um concerto de Samuel Úria (21h45) e, no dia 23, uma atuação dos Amigos da Sexta (15h30), o espetáculo de marionetas Lendas da nossa terra por Romão, o ancião: lenda do Marmoiral de Sobrado, pela Limite Zero (16h30), e o concerto de comunidade Quarto Andamento (17h30).