Os visados foram informados que “…a partir da primeira hora do dia 22 de julho de 2017, … serão incorporados e integrados nos quadros e departamentos da ATLÂNTICO…”, cujo contrato de compra e venda com a PT/MEO/Altice, é fundamentado “na necessidade de reorganizar o “Departamento de EIF – Engenharia e Implementação da Rede de acesso Fixa”.
Este fraudulento expediente foi já utilizado pela PT/MEO/Altice, para enviar para outra “empresa externa”, no caso a WinProvit, 37 trabalhadores da Direcção de Tecnologias de Informação (DIT), que englobou 1 técnico da PT/MEO/Altice Viseu.
Diz a multinacional francesa que o “Acordo Coletivo de Trabalho atualmente vigente na MEO… será transmitido da Entidade Empregadora para o Transmissário”. O que não diz é que a empresa que recebe os trabalhadores apenas tem de respeitar “todos os direitos e garantias” durante 12 de meses. E depois dessa data…?
Lembrar que em dois anos a Altice já se “libertou” de mais de 1000 trabalhadores, através de vários processos, nomeadamente o da chantagem e intimidação.
Os trabalhadores da PT/MEO/Altice Viseu temem, por isso, fundamentadamente, que a não ser travado este processo com a luta dos trabalhadores e a intervenção do Governo, a breve prazo a unidade local da cidade possa vir a encerrar.
O que não deixa de ser absurdo é que todo este processo ocorra num contexto em que a Câmara de Viseu se ufana de ter estabelecido um acordo com a Altice para a “criação de 250 postos de trabalho”, no qual se comprometeu a “arranjar instalações e a fazer as obras necessárias” para o funcionamento do “contact center” da multinacional.
Pagamos para que a PT/MEO/Altice destrua postos de trabalho altamente qualificados, estáveis, remunerados de acordo com os contratos de trabalho da empresa, para o Presidente da Câmara se sentir reconfortado com a criação de trabalho precário, mal remunerado e pouco qualificado e cujo número está muito longe de corresponder ao anúncio feito. É preciso que a Câmara de Viseu clarifique de que lado está e se está disposta a empenhar-se na defesa dos postos de trabalho actualmente existentes na Unidade de Viseu da PT/MEO/Altice.
Esta é uma situação inaceitável, que sem prejuízo da denúncia que o PCP tem desenvolvido, requer a unidade e luta dos trabalhadores da PT/MEO/Altice em defesa dos postos de trabalho, dos direitos e do futuro da empresa.
É preciso dizer basta!
A defesa dos postos de trabalho, o fim das ameaças e chantagens, a valorização dos direitos dos trabalhadores, requerem uma atitude firme e determinada da parte do Governo e não a sua submissão aos interesses da multinacional Altice.
Para o PCP, defender os direitos dos trabalhadores, é defender ao mesmo tempo o futuro da empresa e o seu papel no desenvolvimento do sector das telecomunicações no nosso país, seja no plano do investimento e da investigação, seja no plano do serviço prestado às populações e à economia portuguesa. E como o PCP defende, só o controlo público do sector das telecomunicações, incluindo da PT, dará essas garantias.