sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Grande Entrevista à Dra. Anabela Oliveira, candidata pelo CDS-PP à Câmara Municipal de Resende

No próximo dia 1 de outubro decorrerão as Eleições Autárquicas, momento em que o município de Resende irá definir o seu futuro. Nesse sentido, o Notícias de Resende convidou a candidata pelo CDS-PP, Anabela Oliveira, a apresentar o seu programa e dar a conhecer os seus objetivos.

Breve Apresentação / Currículo: Anabela Oliveira, tem 44 anos, é licenciada em Gestão de Empresas, é vereadora na Câmara Municipal de Resende, é Diretora e fundadora da Universidade Sénior de Resende do Rotary Clube de Resende, é Vice Presidente da Associação Empresarial de Resende, foi Vice-Presidente do Concelho Empresarial do Tâmega e Sousa (sediado em Felgueiras que envolve as empresas dos concelhos de Amarante, Baião, Castelo de Paiva, Celorico de Basto, Cinfães, Felgueiras, Lousada, Marco de Canaveses, Paços de Ferreira, Penafiel, Resende e Vila Meã), é oficial do Instituto dos Registos e do Notariado, é Vice-Presidente do Sindicato Nacional dos Registos (que representa os colaboradores do Instituto dos Registos e do Notariado em Portugal continental e ilhas).


Rafael Barbosa (RB): Boa tarde! Em nome do Notícias de Resende e dos leitores quero lhe agradecer ter aceitado o nosso convite para esta entrevista. Começo por perguntar: - O porquê desta candidatura? O que levou o CDS-PP a quebrar a coligação existente com o PSD e apresentar uma candidatura?

Anabela Oliveira (AO): Em meados de 2016 o CDS teve conhecimento, de forma intempestiva de que o PSD deliberou internamente alterar a coligação pré-acordada em 2013 para vigorar nas novas eleições autárquicas de 2017. O CDS sempre esteve disponível para negociar, mas nunca poderia aceitar uma proposta de coligação que preterisse o CDS. Não compreendemos a posição do PSD, pois eu própria sempre estive ao lado do candidato do PSD durante os últimos 4 anos, como se verificou pela minha presença constante e dos restantes membros do CDS, que estivemos presentes em  todos os momentos junto do então cabeça de lista da coligação PSD/CDS. Em face disso e conforme já anteriormente explanado, o CDS sentiu que tinha de cumprir as suas obrigações perante o eleitorado e perante os Resendenses que há muito precisam de novas alternativas, de novas formas de estar na política e de pensar o serviço de cidadania que é a Administração Local. Sempre tivemos consciência de que este trabalho iria ser difícil, mas o CDS e os seus simpatizantes, sim porque este projeto acolhe muitos independentes das mais variadas origens, mas todos são pessoas de coragem, e todos sabem que no futuro o seu trabalho será compensado através da melhoria de vida dos Resendenses!

Assim, esta candidatura surge, perante uma dificuldade, perante uma falta de lealdade. Em face desta situação, não segui a via mais fácil, mas de forma responsável, com coragem, com determinação e ambição, estou aqui para servir.


RB: Resende, no seu ponto de vista, conseguirá ter um futuro melhor?

AO: Claro que sim! Os Resendenses merecem ter um futuro melhor e devem exigir isso dos seus lideres! Pretendo apoiar as empresas locais, quer sejam da área da agricultura, da área da indústria ou do comercio, do turismo, entre outras, mas também considero muito importante atrair e apoiar novos investimentos para Resende. Irei criar condições, projectos “chave na mão”, para motivar os investidores de cá ou provenientes de outros territórios a investir em Resende. E demonstro essa vontade quando apresento o Sr. Alberto Dias, um empresário de sucesso de Resende, como cabeça de lista à Presidência da Assembleia Municipal de Resende. É o selo perfeito na minha candidatura, porque é com os empresários que quero trabalhar para ajudar a melhorar a qualidade de vida   das pessoas de Resende. Quero ouvi-los e quero servi-los, pois são eles o motor da economia, e assim, como consequência, irei servir melhor os Resendenses.

Irei portanto criar condições para que os jovens tenham oportunidade de viver em Resende! Eles merecem acreditar que podem ter futuro, e um futuro digno em Resende, sem precaridade! Precaridade que tanto se banalizou em Resende, hoje vemos tantos lideres locais a preconizar e praticar a precaridade, isso não é digno de um líder e os Resendenses merecem mais.


RB: Como vice-presidente da Associação Empresarial de Resende, como vê a nosso tecido empresarial? Que medidas a tomar para tornar forte e sustentável o seu crescimento?

AO: O tecido empresarial de Resende é composto por pouca industria, mas muito comércio e serviços, mas tem Resende gente muito competente, tem bons gestores que trabalham condicionados pela adversidade provocada pela inerência do interior, pela falta de acessos, e pela falta apoios das mais variadas entidades. Mas esses gestores conseguem mobilizar–se e mobilizar gente. Investem, e produzem com muita competitividade, alguns deles impondo-se regionalmente e até a nível nacional e internacional, com muito sucesso.

A Associação Empresarial de Resende, AER estava instalada no antigo Mercado Municipal de Resende, em instalações cedidas a titulo gratuito pela Câmara Municipal de Resende, e quando foram efectuadas as obras de remodelação daquele espaço, a AER foi confrontada com a não atribuição de nenhum local para se instalar. Em suma foi despejada, e esta falta de instalações condicionou toda a actividade da AER, ainda a juntar a esta situação as condicionantes financeiras de que padecia a AER. Sem qualquer apoio financeiro de nenhuma entidade local ou regional, tudo isto contribuiu para que a AER não conseguisse cumprir a sua função, só quando se encontrou um local provisório para a AER se instalar é que se pode alavancar a AER.

E desde então a AER tem promovido diversas atividades nomeadamente: “Stock Off Resende” – que destaca o comércio local e o apoia no escoamento de produtos e atrai mais clientes para as empresas aderentes; - A atividade designada “O Natal Chega a Resende”, ocorre naquela época e tenta focar a atenção dos consumidores para o comércio local; - Realizamos “Inquéritos ao tecido empresarial” – neste âmbito fez-se uma recolha detalhada de informações sobre o tecido empresarial do Concelho de Resende e assim foi possível conhecer de forma mais pormenorizada quais as necessidades, as dificuldades e as expetativas dos nossos comerciantes; Temos um gabinete de apoio e Divulgação de Informação ao Empresário – este gabinete tem sido um móbil de apoio aos empresários, pois está sempre á frente na divulgação de informação via email, via facebook e presencial; - E ainda promove palestras, sessões de esclarecimento que versam sobre temáticas intrinsecamente relacionadas com a atividade empresarial.

Para ainda melhor apoiar o tecido empresarial a AER está a desenvolver um projeto designado Formação Ação “MOVE”, que é um projeto promovido pela AIP/CCI – Associação Industrial Portuguesa, Câmara de Comércio e Indústria, financiado pelo Portugal 2020 através da Autoridade de Gestão do POCI (COMPETE 2020), que se destina a aumentar a produtividade e competitividade das micro, pequenas e médias empresas, com recurso a consultoria e formação altamente qualificada e ajustada às  reais necessidades dos empresários participantes. Ainda recentemente tivemos aprovada uma candidatura designada “RESENDE EMPREENDE” que está centrada na promoção do empreendedorismo, mais concretamente do empreendedorismo qualificado e criativo na região de Resende. Através do “RESENDE EMPREENDE” a AER procura incentivar a capacidade empreendedora dos Resendenses, incentivando-os a criar ideias e negócios criativos e inovadores, que originem novas empresas e fomentem a criação de emprego. O “RESENDE EMPREENDE” promoverá ainda um Concurso de Ideias/Prémio de Empreendedorismo com a finalidade de desenvolver e sensibilizar para o empreendedorismo qualificado, despertar a criatividade dos potenciais empreendedores, assim como desenvolver competências empreendedoras e cimentar ideias de negócio. Este projeto é desenvolvido através do NORTE 2020, no âmbito do Sistema de Apoio a Ações Coletivas, sendo co-financiado pelo FEDER. Ainda para apoiar os empresários aderimos ao projeto Novo Rumo a Norte, que é um projeto que tem em vista facilitar o acesso a informação com valor estratégico para os agentes económicos da região, lançando mão a uma plataforma online e dos serviços das associações que integram a rede colaborativa, onde se insere a AER, e promover um aconselhamento técnico de proximidade, apoio especializado no desenho de a candidaturas a programas comunitários, assim como todo o seu procedimento desde o início até ao términus da conclusão do investimento ou da ação apoiada ao abrigo de programas de âmbito regional, nacional ou europeu. E ainda a AER tem desenvolvido Projetos de Formação – a AER desde sempre contribuiu para a qualificação dos Resendenses, quer dos ativos quer dos desempregados, e para isso tem vindo a desenvolver várias ações de formação em variadíssimos ramos e em parceria com diferentes entidades, tais como o IEFP, I.P., a Agito, Formação e Serviços, Lda., a RR&A, entre outros.

E porque as características inerentes à estrutura empresarial da região o impõem e porque sozinhos não progredimos, a AER desenvolve parcerias e protocolos de cooperação de forma a contribuir mais ativa e eficazmente para o desenvolvimento e apoio da economia local. Destaco a parceria com o Conselho Empresarial do Tâmega e Sousa, CET’S em que a AER é membro do CET’S, que é constituído pelas 12 Associações Empresariais da Região do Tâmega e Sousa e respetivas empresas da região. Com esta parceria torna-se possível concretizar diversas ações que possibilitam o fomento e apoio de toda a atividade empresarial de toda a região e consequentemente de Resende. Também destaco a Parceria da AER e com a Liga dos Chineses em Portugal” - esta parceria tem como objetivo a prossecução do desenvolvimento de atividades que potenciem o crescimento, expansão, sinergias e criação de empresas, assim como a promoção do território em que ambas as entidades atuam, tal como os seus produtos, cultura e tradições.

A Câmara deveria estar ao lado da AER, a trabalhar estas medidas para apoiar as empresas e ser o seu catalisador, pois este é um filão muito importante para o desenvolvimento do concelho.
Proponho um gabinete de apoio ao empresário e ao investidor, profissional e focado  nas empresas, onde se agilizam e simplificam processos de legalização de investimentos, onde se apoia a criação de oportunidades, a gestão e os investimentos.

Além disso sublinho que uma autarquia também deve saber que é importante captar investimentos. Porque quem investe, quem cria postos de trabalho, tem de ter incentivos.


RB: Certamente que para atrair empresas e permitir a sua fixação são essenciais várias condições, como referiu anteriormente. Falando a nível de acessibilidades rodoviárias, Resende encontra-se num impasse há vários anos. As estradas nacionais 222-2 (Resende – Bigorne) e 321-2 (Ponte da Ermida – Baião) são dois projetos muito importantes para a polução resendense que nunca foram concretizados. Estão nos vossos planos como prioritários? Como solucionar este problema?

AO: Sem dúvida que as acessibilidades têm uma grande influência no desenvolvimento  de um território, tenho muita pena que em outros tempos, outros tempos de outras facilidades nunca se tenha tratado deste assunto com a devida dedicação que ele  merece.

Este assunto é recorrente, persistente e sempre empurrado para a frente…

Mas sublinho que tudo faremos para lutar pelo que merecem os Resendenses, temos de estar preparados para as dificuldades e minutar um plano B, para o caso não ser de todo em todo possível. Teremos de construir uma proposta de melhoria de acessos, de "cortar" e “re-cortar” as estradas existentes.

Costuma-se dizer que “quem não tem cão caça com gato”.

Nem que seja necessário sacrificar o orçamento de um ou dois anos, esta é “a” prioridade, e para tal será retificada a via municipal entre Resende e a Ponte Cavalar, com alargamento do perfil e com a execução de variantes aos lugares centrais de Feirão, a Vinhós, e possivelmente Felgueiras.
Relativamente à 321-2, não dependendo da intervenção direta do município de Resende, iremos envidar esforços, externamente, no sentido de ser executado o troço da Ponte da Ermida à 321-1 (Baião).

Mas a acrescentar a isto tudo, outro motivo de grande preocupação, é, também, a rede viária municipal, que tem sido vítima de grande abandono, com as consequências que conhecemos, temos valetas de conceção em violação das normas, permanentemente assoreadas, que permitem infiltrações de água e perigosíssimas para o tráfego. Procederemos à modificação das valetas e desmatação das margens, sim, a tal faixa de 10 metros, que foi a responsável por dezenas de mortes na “estrada da morte” há poucas semanas, como manda, aliás, o PMDFCI - Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios. Quanto as cosméticas nos pisos das vias – tapetes – é vergonhosa e ruinosa a estratégia seguida pelos Executivos anteriores: estes “tapetes” são apenas para eleitor ver, porque daqui a pouco tempo vão quebrar de novo, pois nas zonas em que o piso anterior já estava fendilhado (dita pele de crocodilo), o trabalho de recuperação para ser bem feito deveria ter ocorrido a partir da camada da base (da brita) e não apenas colcoar por cima o “tapete”. Tecnicamente são um erro crasso. Só quem não percebe nada de pavimentos semirrígidos é que permite esta situação, andam muito mal as acessorias técnicas à decisão, neste Executivo.


RB: Durante os últimos quatro anos foi vereadora da Câmara Municipal  de Resende. Enquanto vereadora, como viu os trabalhos do atual executivo camarário?

AO: Vi muita rotina, muito pouca iniciativa e muita estratégia de “químico” do antigo Executivo. Eu sinto que o concelho precisa é de novas ideias, de novos projectos e de sangue novo, não precisa de gente que só quer ser poder e fazer trabalho de politico e não quer mudar o rumo de Resende.

Vi a empresa municipal, “As Termas”, receberem neste mandato um aumento do valor transferido de dinheiro da Câmara, ao abrigo do contrato programa, no anterior executivo era 150.000 euros, agora é 175.000 euros e não vi resultados desse investimento, não vi porque essas transferências não são para investimento..

Vi uma IPSS também ao abrigo de outro contrato programa receber valores semelhantes, em prejuízo das outras IPSS que também deveriam ser beneficiárias das mesmas transferências, temos que ter postura equitativa.

Vejo a “zona industrial de Anreade” sem nenhuma empresa lá instalada.

Vi um desleixo total para com o património municipal: desde as estradas onde as valetas não funcionam e em consequência disso estragaram-se os pavimentos, pois as infliltrações por baixo do pavimento destroem os mesmos, aos esgotos que entopem ou não funcionam, porque não sabem ou não querem programar a sua devida manutenção. Vi o incumprimento do PMDFCI, Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios. Não se cortou o mato a 10 metros das vias públicas e nas proximidades de algumas aldeias serranas; Vi o apoio aos agricultores, que foi nulo (workshops não chega); Vi o auditório sem ar condicionado; Vi outros equipamentos a degradarem-se; Vi meninos no centro escolar de Resende a desmaiarem, em resultado das altas temperaturas a que lá estão sujeitos…

Vi que muitos dos Resendenses continuam sem água e saneamento..

Vi património histórico de valor incalculável completamente abandonado...

Vi muitos trabalhos de folclore politico, que em nada dignificam o folclore, que tanto  gosto, e que nada ajudaram os Resendenses.

Vi que nenhuma das minhas propostas de melhoria de vida dos Resendenses, foi aprovada, e vi muitas vezes que nem o apoio dos vereadores do PSD tive. Informo aqui,  a titulo de exemplo, algumas propostas que fiz:

Sobre os Bombeiros Voluntários de Resende – Enaltecer o seu trabalho, na reunião de Câmara decorrida a 07 de abril, último, para valorizar, incentivar os nossos bombeiros à sua permanência nos quadros da nossa corporação e à adesão de novos homens e mulheres a esta nobre causa, propus as seguintes medidas, a aplicar a todos os bombeiros    voluntários    de    Resende,    a    todo    o    seu    corpo    de      Bombeiros:
- redução     de     25%     nas     tarifas     de     água,     saneamento     e      resíduos;
- comparticipação no IMI de habitação própria e permanente, através do reembolso de 25% do montante de IMI liquidado;
- redução de 25% do pagamento de tarifas no acesso a equipamentos municipais de lazer, incluindo o ginásio e piscina da Companhia das águas – Termas de Caldas de Aregos.
- Proposta de redução de tarifas de Águas e Saneamento - Tarifa Social e Tarifa Familiar (para uso doméstico), na reunião de Câmara decorrida a 07 de dezembro, último, propus a redução de custos destas tarifas a famílias com baixos rendimentos e a famílias numerosas, também nesta data falei sobre as iluminações de Natal e a Música alusiva a época natalícia, pois todos os anos temos verificado que na variante da sede do concelho de Resende, não são colocadas iluminações de Natal, sei que os recursos são escassos, mas naquela parte do concelho também temos empresas que também precisam dessa ajuda à promoção dos seus negócios e assim como a colocação de música alusiva a época natalícia, que no último ano não foi colocada, estas medidas permitem que a nossa vila        fique        mais         bonita         e         apelativa         aos         consumidores.   Na reunião de Câmara decorrida a 19 de outubro, último e sobre o Centro Escolar de Resende, em face de uma reunião que tive com uma representante dos pais de uma turma do pré-escolar do Centro Escolar de Resende, foi-me dada nota de que as salas que se encontram na parte superior daquele Centro Escolar, junto ao portão da entrada principal e contíguas ao parque de diversões, ou de recreio, estão sujeitas a demasiada exposição solar, o que faz aumentar em exagero a temperatura no interior daquelas salas, o dito parque, que confina com essas mesmas salas, também não está habilitado com nenhum tipo de sombra, e nessa data propus que fosse estudada a possibilidade de se diligenciar, no sentido de munir aquele espaço de algum tipo de sombra ou cobertura, uma proposta simples que poderia ter efeitos imediatos na qualidade de vida das nossas crianças e tinha evitado os problemas como os que surgiram há poucas semanas em que as nossas crianças tanto sofreram com as altas temperaturas que aconteceram naquelas salas.

Nesse dia também propus a criação de redes de Wi-fi para Centros Históricos, que é uma linha disponibilizada pelo Turismo de Portugal, destinada a dotar os centros históricos e as zonas de maior afluxo turístico de redes de acesso à internet sem fios e sem custos

Este texto foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico para os utilizadores e ainda permitir o acesso a conteúdos informativos que maximizem a sua experiência no destino.

Entre outras propostas que fui efetuando, sempre de forma construtiva, mas como   referi,
nenhuma destas minhas propostas foi aprovada pelo restante executivo.

Eu não me revejo num concelho de Resende onde se gastaram quatro anos de mandato, com zero iniciativas de criação de emprego, e zero iniciativas de melhoria de vida dos Resendenses.



RB: A região Douro tem apostado fortemente no turismo. Resende tem paisagens deslumbrantes, uma riqueza histórica e gastronómica. Em Aregos, temos o termalismo e um local ótimo para desportos aquáticos. Ou seja, temos tudo para dar certo. Mas o que falta mais para atrair investimentos?

AO: Primeiro é preciso que os seus lideres o queiram fazer de forma genuína. O que se tem visto são decisões do tempo dos senhores feudais.

A Câmara, repito deve posicionar-se ao lado das empresas e dos investidores, o emprego que elas criam é duradouro, não é precário e dignifica quem o tem. Mas o foco de alguns lideres de Resende, é que os Resendenses permaneçam no emprego precário, para assim se manter a “divida” do emprego a esses senhores e quem sabe, os ajudar a manterem-se ou a chegarem ao poder. Vale tudo. Para mim os resendenses merecem  que a sua dignidade seja respeitada, chega de precaridade, que tanto mal faz a quem sofre com ela. Resende tem muita gente de valor, que só precisa de apoio para crescer.

Mas quando se fala em economia e turismo, falamos em produtos endógenos, cerejas, cavacas, em agricultura, em património, num território, como o de Resende, onde temos maravilhosas iguarias, paisagens idílicas e um vasto e riquíssimo património, que merecia ser tão bem tratado, há diversos casos onde se verifica que está completamente abandonado. Na área da agricultura há tanto a apoiar. Estes fatores, bem divulgados e apoiados, seja na sua promoção, comercialização ou no seu escoamento, podem criar tanta riqueza em Resende.

Para isso vamos ter um gabinete de apoio ao empresário e ao investidor, profissional e focado nas empresas, como já referi para apostar nos empresários locais e captar investimentos e para apresentar um conjunto de ideias, “Chave na mão”, que temos preparadas, de projetos de investimento exequíveis para oferecer a investidores e empresários interessados. Pois quem investe não gosta de demorar anos a decidir e gosta de avaliar todas as variáveis, e devemos ter capacidade de resposta eficiente e rápida a essas solicitações.

A título de exemplo a criação de um parque de lazer, com circuito de manutenção para a prática desportiva informal, para todos os Resendenses poderem usufruir da saúde, pela pratica do desporto e em simultâneo apreciar as belas paisagens que temos em Resende e que poderá ser um atrativo para que venham pessoas de fora de Resende visitar este parque. O Eco Turismo, que será uma forma de colocar Resende nos radares do turismo de qualidade, este projeto propõe a criação e reconversão de um leque de infra- estrutruras que irão funcionar como base de apoio ao todo que é a promoção turística de Resende.

Por fim saber “vender” Resende, saber puxar por Resende e pelas suas gentes. Saber levar Resende para o mundo. Vemos tantos estrangeiros a adquirir propriedades em serras algarvias e a repovoarem aldeias, e nós?! nós que temos as belas paisagens, a segurança, a proximidade a centros urbanos maiores, a marca “Douro, que está na moda, uma gastronomia fantástica e as boas gentes de Resende, porque ficamos fora do mapa?

Enfim, fazer uma promoção turística, que só pode ser profissional, chega dos amadorismos que vemos realizar, deve ser promovida com base numa estratégia clara e onde devem constar as redes de “ lobbying” construtivas em operadores turísticos nacionais e internacionais, para se chegar realmente aos mercados que pretendemos cativar.


RB: O Externato D. Afonso Henriques fecha as portas no próximo mês de agosto. Como vê este encerramento? Como está atualmente a educação no concelho de Resende? Como combater o insucesso escolar?

AO: No meu ponto de vista, sempre que se fala em encerrar o que quer que seja em Resende, é muito mau, num território como o nosso é muito mau. Como sabem estive ao lado dos Resendenses na luta contra o encerramento do Tribunal de Resende e estive ao lado sempre que se vislumbrou qualquer outro tipo de encerramento de serviços públicos em Resende, sempre me insurgi e mobilizei, recordo que me desloquei a Lisboa num dos autocarros que levaram as nossas gentes à Assembleia da República para participar na manifestação contra o encerramento do Tribunal de Resende e estive naquele terreiro a afrontar um governo onde participava o meu partido porque entendia e entendo que a justiça deve estar próxima de todos.

Sobre a questão do Externato D. Afonso Henriques não vi, não senti empenho nem apoio do poder local, confesso que não percebi esta inércia.
Para mim e para qualquer pessoa racional, o foco deve ser a racionalidade de recursos, também a eficiência e os resultados. Antes de se fazerem obras megalómanas, extremamente caras, deve-se ter uma estratégia a longo prazo e no nosso caso, o poder local em Resende, primou pelas construções de "placa colocar", isto é, foram gastos milhões em equipamentos sem se importarem se realmente eram necessários, quando o investimento deveria ter sido feito a montante no sentido de fixar pessoas em Resende, o que fazemos aos equipamentos escolares onde já escasseiam crianças, para que servem pavilhões afastados de centros escolares que obrigam a Câmara a ter custos com deslocações de crianças desses centros escolares para esses pavilhões? e tudo isto com custos de manutenção elevados, serviço de divida altíssimo, claro que foi feito com empréstimos e fazem-se assim investimentos destes que em vez de criar emprego, eliminam emprego. Isto para mim é inconcebível, é gestão a curto prazo, é falta de estratégia. E agora sofrem os Resendenses.
Voltando ao Externato, durante décadas foi a única instituição, no concelho, a proporcionar aos resendenses a oportunidade de prosseguir os seus estudos. Além disso, a imagem de marca do Externato foi sempre um ensino de qualidade, classificando-se, várias vezes, nos rankings, entre as melhores escolas do país. E não se pode perder toda a ciência acumulada e historia do externato, quando fecha desta forma uma parte relevante de Resende…

Deste ponto de vista é uma tremenda injustiça o seu encerramento. Mais grave é a perda de postos de trabalho. O governo entende que a 1 km de distância há uma escola pública nova com a mesma oferta educativa e por isso ordenou o seu encerramento. Talvez a solução para um "não encerramento" fosse uma articulação entre o poder local, a escola pública e o externato, no sentido de haver uma oferta educativa distinta. Assim certamente não haveria um fecho de portas por parte desta instituição histórica de Resende. Uma oferta educativa diferenciada faria o poder central recuar no corte do financiamento. O poder local tinha a obrigação de ter feito mais, e assim protegeria os postos de trabalho e a vida de muitas famílias resendenses...

Sobre a educação e o insucesso aqui podemos falar de duas questões diferentes: insucesso escolar/aprendizagem efetiva dos alunos. Há vários anos que a legislação, relativa à educação, promove o "facilitismo/sucesso escolar" mas resulta em estatísticas! E, do ponto de vista estatístico, há sucesso escolar em praticamente todo o país e os Encarregados de Educação ficam satisfeitos. No entanto sabemos que este sucesso escolar estatístico está longe, mas mesmo bastante longe de se traduzir em aprendizagens efetivas por parte das nossas crianças! Os professores, nas escolas, pouco mais podem fazer, pois já fazem alguns milagres. As turmas têm alunos em excesso e por vezes são confrontados com vários níveis de ensino.

No entanto a legislação é feita partindo do princípio que as localidades e as suas crianças são "iguais" e têm as mesmas vivências. Isso é totalmente errado! Uma criança de Resende tem as mesmas potencialidades e/ou dificuldades de uma outra oriunda de um grande centro urbano, e vice-versa!? Esta distinção de vivências de crianças e adaptação da Escola a essas necessidades é obrigação também do poder local, pois pode e deve tornar a sua escola mais eficiente, traduzindo se isto numa especificidade e em princípios educativos que vão ao encontro das necessidades dos alunos. Há muitos projetos que a autarquia pode desenvolver com as escolas. Falo de projetos que visam essencialmente potenciar a tal aprendizagem de que falei no início, e não projetos que no fundo só tiram tempo aos professores e aos alunos .


RB: O Tribunal de Resende reabriu no dia 2 de janeiro, após dois anos do seu encerramento. Como vê esta situação vivida no concelho de Resende?

AO: Fui das primeiras pessoas a manifestar-me contra o seu encerramento, conforme referi acima, fui ao terreiro da Assembleia da República e insurgi-me contra um governo onde participava o meu partido, fui a primeira pessoa a dar os parabéns, a quem de direito, quando se noticiou a reabertura do nosso Tribunal. Mas infelizmente não posso continuar com a mesma satisfação, quando vejo que os interesses dos Resendenses não estão salvaguardados pois foram-me identificados vários problemas aquando de uma reunião que tive com um advogado da praça, disseram-me que a maioria dos julgamentos são realizados em Lamego, há meses que o Juiz da Bolsa, que estava destacado para Resende, não vem a Resende, consequentemente há meses que não se fazem julgamentos em Resende, e se antes eram poucos agora não fazemos nenhum, mais me indicou o advogado que raramente recorre ao “Tribunal de Resende”, pois não dá para fazer lá nada e o que mais tinham necessidade era de consultar processos físicos e agora isso é impossível, esta reabertura foi um “tapa olhos para a população”.


RB: Quais os pontos mais relevantes que diferenciam a sua candidatura das outras? Como vê os seus adversários?

AO: Quem me conhece sabe que não sou de virar a cara, que não sou de seguir pela via mais fácil, que não sou de desistir, mas que sou muito de fazer, sou muito de me empenhar e muito de lutar! Mas não estou a lutar por mim, estou a lutar pelos Resendenses, que merecem melhorar a sua qualidade de vida! Para mim em primeiro lugar estão sempre as pessoas!

Entendo que Resende precisa de um novo rumo e as boas pessoas que estão comigo, vão com o seu empenho melhorar a qualidade de vida dos Resendenses e vamos dar o impulso que tanto almeja a economia local! Um impulso que tanto pedem os nossos empresários, que tanto pedem os desempregados, que tanto pedem os jovens.  Os nossos jovens merecem acreditar que podem ter um futuro em Resende!

E sei que somos a melhor alternativa para todos. Sei da boa e grande adesão que tive em tão pouco espaço de tempo, ninguém se questiona como em menos de 6 meses se constrói uma lista que está a concorrer a todos os órgãos autárquicos, à Vereação, a Assembleia Municipal e a 9 freguesias, perto de 200 pessoas. Como se consegue juntar tantas pessoas?!, sublinho juntar tantas boas pessoas!!?

Como é possível que comigo na vereação tenha uma equipa multidisciplinar, profissional, experiente e muito competente!? Como consegui dar-me ao luxo de escolher, cada um dos vereadores à linha, ao detalhe, procurei pessoas com curriculuns diferentes do meu, provenientes das áreas social, ensino, desporto, saúde, engenharia, agricultura turismo, finanças, e bem estar, todos com provas dadas e reconhecimento público, mas procurei-os para me apoiarem nas minhas decisões, para me ajudarem a servir melhor. Como se explica que estas pessoas com curriculuns relevantes acedam ao meu pedido e juntem-se a mim?! E em tão grande numero?

É um orgulho carregar as nossas listas e sermos os primeiros a entrega-las no tribunal, e dizer que dentro da pasta estão pessoas, de vários quadrantes políticos, pessoas, independentes, pessoas que não vivem da politica, pessoas que não precisam da politica, que não estão em organizações para viver da politica, pessoas que já deram provas da sua vida pessoal, pessoas de valor, pessoas que podemos olhar e saber o seu percurso, pessoas com quem os Resendenses podem contar a partir do dia um de outubro próximo.

E temos uma quase paridade! É um facto inédito numa candidatura em Resende, em que o numero de homens e de mulheres nas listas é quase igual!

Começamos este projeto há muitos poucos meses, e fizemos tanto! Todas as pessoas que estão comigo, estão porque me conhecem e conhecem o meu percurso, embora não tenham faltado “areias na engrenagem”, que facilmente ultrapassei, algumas pessoas estão ao meu lado, mas não podem manifestar-se, não podem porque têm medo!! Como é que isto ainda é possível, no século XXI, num país democrático, MEDO em Resende?!

Eu própria há meses que venho recebendo mensagens, por SMS ou por mensagem privada de facebook, com conteúdos que não são amistosos, isto para mim já era de esperar,  mas  não  servem  para  nada  essas  farpas,  apenas  servem  para       alguém demonstrar o medo da minha equipa, a falta de cultura democrática ou por acharem que são os donos de Resende….  Resende não tem donos!!

Reforço que todas as dificuldades foram ultrapassadas e estamos com uma candidatura consistente, coesa e motivada, onde ninguém está constrangido às fidelidades da função laboral a que está “vinculado” (precariamente), ou seja, tenho uma equipa eficaz e eficiente, com uma motivação genuína, ao contrário das equipas adversárias onde a motivação é forçada, dado o constrangimento laboral a que estão sujeitos.

Por isso, só eu sei o apoio incondicional que tenho dos Resendenses e a surpresa que todos vão ter no próximo dia 1 de outubro.

Mas se mais tempo houvesse, maior seria a adesão de Resendenses a este projeto!!  Tem sido incrível responder a tantas solicitações e sentir o carinho de tantos Resendenses!

Resende merece ter um projeto diferente daquele que está a ser executado pelo atual Presidente da Câmara e que tudo indica que continuaria por esse caminho e merece libertar-se de políticos que se regem pela tabela de práticas que oprimem os Resendenses.


RB: O que pensa sobre o atual governo de António Costa? Acha a sua governação favorável a nível nacional e/ou regional? Resende tem beneficiado com a “geringonça”?

AO: O governo não resolveu até agora, nenhum problema do país ou de Resende, vejo muita propaganda. Os bons resultados positivos que se espelham na economia vem de governos anteriores, das reformas e das alterações nas leis laborais, que favorecem a criação de emprego, do investimento no turismo, a recuperação dos nossos principais mercados europeus, por tudo isso, deveríamos estar a aproveitar para recuperar mais depressa, mas como este governo parou as reformas e parou o investimento publico, como já não acontecia nos últimos 10 anos, promove as cativações, estas cativações que permitem reduzir artificialmente a despesa na máquina estatal e controlar o défice público, mas tanto mal fazem a à economia, pois esta situação põe em causa o bom funcionamento dos diversos serviços públicos, dos hospitais, dos centros de saúde, das escolas, etc e as regiões com mais dificuldades neste caso sofrem mais, o externato fecha, o tribunal funciona como sabem, passam dias no centro de saúde de Resende sem médico de urgência. Resumindo, o governo deu alguns, poucos, euros de rendimento, mas dá pior saúde, pior educação, pior serviço e abandonou o interior a sua sorte…


RB: Qual a sua principal mensagem para o povo resendense?

AO: Resende é a terra que eu escolhi para viver. Para nascer não escolhemos o local, mas para viver eu escolhi Resende! Aqui investi, aqui tenho atividades  profissionais, aqui habito, aqui faço as minhas compras, aqui pago os meus impostos e aqui tenho uma participação cívica intensa e sinto que estou com a minha gente!

Ainda dou nota da criação da pagina de facebook “Ouvir Resende”, um espaço que foi criado para quem quiser deixar lá as suas sugestões e ideias para melhor construir o futuro de Resende, tem sido uma ferramenta muito utlizada, temos muitas boas sugestões, temos votações e temos sentido o grande interesse que os Resendenses demonstram na gestão do seu município. Em paralelo temos os cadernos “Ouvir Resende” que funcionam para quem não usa a internet, que recolhem opiniões e sugestões de outros munícipes. Quero que os Resendenses sintam que a sua opinião conta e quero trabalhar em função dessas boas opiniões

Depois de todas as mensagens que acima já enviei aos Resendenses sublinho mais uma vez que para mim o que importa são as pessoas! É para elas que estou nessa missão.

Este projeto é ganhador para os Resendenses, porque, com toda a certeza,  vai  influenciar todas as decisões do próximo Executivo Camarário.


RB: Muito obrigado pela entrevista! Deseja acrescentar mais algo?

AO:  A minha candidatura assenta em 3 pilhares, Economia, Social e Obras. Conforme tenho dito são as empresas, incluindo as agrícolas, o motor de uma região. São elas que criam riqueza e emprego e com emprego resolvem-se problemas sociais. Com as obras preservamos o património edificado e infra-estruturas e assim apoiamos as empresas e  as pessoas.

Finalmente eu é que agradeço a oportunidade e aproveito para dar os parabéns a si e à equipa do Noticias de Resende, pelo excelente trabalho que realizam e por estarem sempre a divulgar a nossa terra.

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